Ministério Público em parceria com faculdades desenvolve projetos para Servidores Penitenciários
Ministério Público em parceria com faculdades desenvolve projetos para Servidores Penitenciários
O projeto visa atender, em curto prazo, servidores e familiares nas clínicas das universidades
Idealizado pelo Promotor do Ministério Público, Edmundo Reis, o Programa ” A Academia vai ao Cárcere” desenvolve uma série de ações destinadas aos Servidores Penitenciários, dentre eles, o projeto “Agentes de Autotransformação”, que é desenvolvido no curso de Psicologia da UNIFACS.
A ideia do projeto surgiu a partir de diagnósticos realizados, em 2016, no Sistema Prisional. Durante pesquisa de campo, os servidores foram ouvidos assim como os médicos e administradores dos presídios.
Segundo o Promotor de Justiça do Ministério Público (MP), Edmundo Reis, não havia tratamento destinado à saúde mental dos trabalhadores do Sistema Prisional. “Quando o Servidor percebe que tem um problema, ele tem que por vontade própria se dirigir à rede ou ao Plano de Saúde, onde a assistência não é efetiva de imediato”, destaca o Promotor.
De acordo o Coordenador de Estágio do curso de Psicologia da UNIFACS, Diego Solci Toloy, o projeto é realizado por estudantes concluintes do curso de Psicologia sob supervisão de professores e tem como objetivo acompanhar a saúde mental dos Servidores Penitenciários. “O projeto já está sendo efetivado há um ano. Primeiro pedimos para que preencham um formulário disponível na internet para que os alunos tenham acesso a algumas informações, depois os alunos entram em contato e o servidor realiza a triagem e, em seguida, participam das consultas de Psicoterapia”, explica o coordenador Diego.
O Programa “Academia vai ao Cárcere” tem apoio de diversas instituições universitárias de Salvador e possui projetos nos seguintes eixos: atenção ao servidor; atenção ao interno; gestão e políticas penitenciárias; arquitetura e infraestrutura prisional e ações junto às comunidades.
O projeto “Agentes de Autotransformação” visa dar um atendimento individualizado nas clínicas universitárias da UNIFACS para os servidores e familiares onde o atendimento é prioritário.
O presidente do Sinspeb, Reivon Pimentel, parabeniza a iniciativa tomada pelo Ministério Público em parceria com instituições universitárias e destaca que os Servidores Penitenciários representam a segunda profissão mais estressante do mundo.
Segundo o presidente, os servidores são obrigados a conviver, diariamente, em unidades superlotadas, ambientes insalubres que não possuem “condições dignas” para a realização da atividade laboral e que provocam o adoecimento dos trabalhadores.
O sindicalista pontua que a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (SEAP) não disponibiliza atendimento biopsicossocial. “Esse projeto é extremamente importante para nós Servidores Penitenciários da Bahia porque temos um elevado índice de alcoolismo, de depressão, todo tipo de doença psicossomática. Somos uma categoria adoecida e o pior de tudo é que o servidor acaba não percebendo que está adoecendo”, denuncia Reivon Pimentel.
Servidores interessados devem entrar em contato com o Núcleo de Estudos e Práticas Psicológicas (NEPPSI) através do telefone (71)3271-8119.
Ascom Sinspeb