Hospital de Custódia e Tratamento alaga e apresenta condições desumanas de trabalho e de internamento
Internos e servidores precisam “nadar na água” contaminada para fazerem o deslocamento interno no HCT
Devido às chuvas intensas, desta semana, o Hospital de Custódia e Tratamento (HCT) vinculado à Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), localizado na Baixa do Fiscal, centro da capital baiana, destinado ao cumprimento de medida de segurança aos condenados que possuem insanidade mental comprovada, teve as dependências do prédio alagadas.
Segundo informações do SINSPEB, os alagamentos são recorrentes e afetam todo o funcionamento da instituição. O sindicato afirma que os servidores precisaram improvisar “pontes” com pedaços de madeiras e ferro para fazerem o deslocamento dentro do Hospital de Custódia e Tratamento (HCT) e um “posto de serviço” que contém apenas uma cobertura feita de “tampa de lixeira” também foi “improvisada”. Os telhados tanto das alas dos internos, como dos alojamentos onde ficam os Servidores Penitenciários e Policiais Penais, encontram-se quebrados. O Sindicato afirma que o quadro de alagamento é tão grave que já utilizaram uma ambulância para deslocar os funcionários até a entrada do prédio, por causa do nível elevado da água.
Além dos constantes alagamentos, a instituição apresenta vários problemas estruturais como presença de ratos, de diversos insetos que provocam doenças como dengue e chikungunya, alas destinadas aos internos já foram interditadas, a quantidade de camas é insuficiente e muitos custodiados estão dormindo apenas com colchões, os banheiros possuem falta de água e a unidade tem diversas infiltrações.
O Presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia( SINSPEB), Reivon Pimentel, denuncia que o Hospital funciona como um “depósito de pessoas” por apresentar péssimas condições de trabalho aos servidores e um quadro desumano de reclusão aos 156 internos que cumprem medidas de segurança no local.
“Vale ressaltar que os alagamentos sempre acontecem e que a situação apenas se agrava nos períodos de chuva! A situação da instituição, diariamente, é lamentável! A Justiça condena ao cumprimento de medidas de segurança e o Estado abandona os internos em um local que representa um total desrespeito aos Direitos Humanos. Os alojamentos são fétidos e apresentam as piores condições possíveis”, lamenta Reivon Pimentel, Presidente do SINSPEB.
ASCOM SINSPEB